Delegado que foi preso hoje, abraçou pais de Marielle e prometeu resolver o caso
A prisão do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, joga luz sobre seu controverso papel nas investigações do assassinato de Marielle Franco. Detido sob suspeita de obstruir o esclarecimento do crime que chocou o Brasil em março de 2018, Barbosa já havia se comprometido pessoalmente com a família de Marielle a resolver o caso, criando uma relação de confiança que agora parece abalada.
Em 16 de abril de 2018, menos de um mês após o crime, Barbosa se encontrou com a família da vereadora assassinada. Na reunião, que também contou com a presença da viúva de Marielle, Mônica Benício, e da filha Luyara, ele prometeu empenho e rapidez nas investigações. Imagens desse encontro mostram Barbosa sentado ao lado dos pais de Marielle, em um gesto que buscava transmitir solidariedade e compromisso.
Nomeado como chefe da Polícia Civil do Rio um dia antes do brutal assassinato de Marielle e seu motorista Anderson Gomes, Barbosa foi indicado por Braga Netto, interventor na segurança pública do estado na época. Essa nomeação veio em um momento crítico, justamente quando a sociedade clamava por respostas para a violência que tirou a vida da vereadora e seu motorista.
Durante seu mandato, Barbosa frequentemente se pronunciou sobre o caso, enfatizando a gravidade do assassinato e reiterando o comprometimento de sua equipe em solucioná-lo. Ele destacava a complexidade das investigações, atribuindo a lentidão aos métodos sofisticados dos criminosos, e enfatizava a importância do sigilo para o sucesso das operações.
Apesar das promessas e das declarações públicas de dedicação ao caso, o avanço nas investigações foi escasso sob sua liderança. A prisão recente de figuras ligadas à política e à milícia carioca, incluindo os irmãos Brazão, suspeitos de serem os mandantes do crime, e o próprio Barbosa, aponta para uma possível rede de obstrução que pode ter paralisado o processo de justiça para Marielle e Anderson.
A captura dessas figuras cruciais reacende esperanças de respostas, mas também traz à tona questões sobre os motivos que levaram Barbosa, uma vez encarregado de liderar as investigações, a possivelmente sabotar a busca pela verdade. Agora, com Barbosa atrás das grades, espera-se que novos capítulos dessa investigação se desenrolem, trazendo finalmente alguma justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes.