Alepe leva oficina de cordel para jovens da Funase e incentiva leitura como instrumento de transformação social
Ação itinerante da Biblioteca da Assembleia valoriza a cultura popular e promove inclusão por meio da literatura conta com amplo apoio de Álvaro Porto e Francismar Pontes

A Biblioteca da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realiza, nesta quinta-feira (16), uma edição especial e itinerante do ‘Projeto Cordel para Todos’, voltada para jovens em cumprimento de medida socioeducativa de restrição de liberdade na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. A atividade acontece das 13h30 às 15h30 e tem como proposta aproximar os adolescentes da cultura popular nordestina, despertando o interesse pela leitura e pela escrita criativa.
O encontro contará com uma oficina ministrada pelo escritor e cordelista Alexandre Morais, que vai apresentar técnicas de elaboração e estruturação de versos em cordel, além de conduzir um momento de criação coletiva. Os participantes terão a oportunidade de escrever e declamar seus próprios textos, explorando temas relacionados à superação e à valorização de suas histórias pessoais.
A iniciativa integra as ações de extensão e inclusão sociocultural da Biblioteca da Alepe, que tem ampliado sua atuação fora da sede da Assembleia, levando atividades literárias e educativas a escolas, comunidades e instituições sociais. O objetivo é estimular o hábito da leitura, e mostrar a literatura como ferramenta de reintegração social.
De acordo com o cordelista Alexandre Morais, promover uma oficina de cordel é compartilhar arte e inspirar vidas. “É também transformar os participantes em agentes culturais. Vamos provocá-los a escrever e confeccionar cordéis mostrando que todo mundo tem uma história pra contar” explicou o oficineiro.
Promoção da cidadania
Para a bibliotecária da Alepe, Sirlênia Araújo, o projeto reafirma o compromisso do Legislativo com o desenvolvimento humano por meio da cultura. “Levar o cordel para ambientes de vulnerabilidade evidencia o papel da Casa Joaquim Nabuco na promoção da cidadania. A oficina é uma das muitas ações que buscam fortalecer a identidade nordestina e incentivar a produção artística entre os jovens”, destacou a gerente da biblioteca.
Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, a ação na Funase representa um convite à expressão e estímulo à educação. “Esses jovens carregam narrativas potentes. O cordel ajuda a dar voz a essas experiências e mostra que a arte pode ser um caminho de recomeço e transformação social”, enfatizou.
O primeiro-secretário da Alepe, deputado Francismar Pontes, reforça a importância educativa do projeto da biblioteca e o estímulo à capacidade de criação. “Quando um jovem escreve um cordel e vê seu texto reconhecido, ele se descobre capaz de criar, refletir e comunicar. Esse processo é transformador e pode abrir caminhos para novas perspectivas de vida”, afirmou Pontes.
Transformando vida
O ‘Projeto Cordel para Todos’ foi criado pela Biblioteca da Alepe com a missão de democratizar o acesso à literatura popular e valorizar a tradição nordestina. Desde a sua criação, a iniciativa já percorreu diversas instituições de ensino e espaços comunitários, aproximando novos públicos da arte e com um olhar especial para a ressocialização.
Em março de 2024, a Alepe promoveu uma edição especial de incentivo à leitura do Programa Café com Poesia, realizado na Colônia Penal Feminina do Recife no Engenho do Meio. O evento, que reúne arte, música, poesia e literatura contou com a participação de músicos, escritores, poetas, cordelistas e do Coral Vozes de Pernambuco, formado por servidores da Alepe. A ação visou levar cultura e arte para um ambiente de privação de liberdade, impactando positivamente a autoestima e a saúde mental daquelas mulheres.