Vai chegar a um total de 50 exonerações (entre comissionadas e contatadas) a verdadeira vassourada que a governadora Raquel Lyra deu na Secretaria estadual da Mulher, a começar pela própria ex-secretária Regina Célia, que caiu na semana passada, dando lugar a Mariana Melo.
Dois fatos, no entanto, chamam atenção. O primeiro deles é que as pessoas de Caruaru que entraram em janeiro na secretaria estariam sendo poupadas dessa “exoneração em massa”, por assim dizer, de acordo com bastidores do próprio governo. E permanecem trabalhando normalmente enquanto suas pares estão sendo demitidas.
O segundo fato, e não menos importante, ainda segundo os bastidores, é que entre essas “pessoas de Caruaru” está Juliana Gouveia, que foi a secretária da Mulher quando Raquel era a prefeita da cidade. Segundo essas fontes, é Juliana Gouveia quem de fato toca a pasta estadual, colocando para rodar as políticas públicas que a governadora entende como importante.
No Portal da Transparência do governo, Juliana Gouveia Alves da Silva aparece nomeada na pasta com um salário de R$ 13 mil. Em seu Instagram (@julianagouveia.mulher), ela se apresenta como secretária-executiva de Políticas para as Mulheres de Pernambuco e mestra em Direitos Humanos pela UFPE. Dá para ver ainda na conta do Instagram que Juliana pediu voto abertamente para Raquel no ano passado. Também tem no perfil fotos e vídeos enaltecendo a gestão do atual prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro.
É preciso ressaltar que não ilegalidade nessa prática, se de fato ela for verdade. Mas é, no mínimo estranho, que em uma secretaria, qualquer que seja, o comando não seja da titular ou do titular da pasta, mas de uma pessoa em posto inferior na hierarquia. Se Juliana é a “secretária de fato”, por que não nomeá-la para o cargo? Será que a nova secretária, Mariana Melo, nomeada agora por Raquel, vai tomar as rédeas do processo, ou vai continuar em uma função semelhante a da “Rainha da Inglaterra” como a ex-secretária Regina Célia?
